domingo, 4 de dezembro de 2011

8 tipos de relacionamentos amorosos

Uma das coisas que eu nunca era capaz de entender, por mais que eu esforça-se até o último de meus neurônios, era o motivo bizarro pelo qual o amor, em sua pureza de estado, era capaz de gerar tanto sofrimento em algumas pessoas. Eu olhava pelo lado bom, e não obstante, olhava pelo lado mal. E os dois lados nunca me trouxeram respostas, simplesmente porque eu não sabia qual linha lógica de raciocínio devesse seguir. E já propus muitas reflexões aqui, considerando pontos isolados como paradoxos de escolhas, prisões mentais e até me arrisquei a ser pretencioso em arriscar uma explicação para tudo e deixar fluir um conto belo que colocasse em pauta o amor e a paixão.

Tudo sempre girando em cima de explicações que muito dizem, e ao mesmo tempo, nada dizem. E aí, finalmente resolvi considerar minha própria experiência nisso tudo, indo atrás de todos os sites e textos que já li sobre o assunto, a fim de unir a idéia e conceito de vários autores, relatores e depoimentos para criar uma espécie de teoria universal em que eu pudesse seguir depois.

A primeira coisa que percebi, principalmente ao se falar de algo com tantas diferenças, é que muitas pessoas tem um conceito muito pessoal sobre o que é o amor, e por esse motivo, vários livros contam com versões bem diferentes para o mesmo assunto. Sendo assim, se eu tenho uma opnião sobre o amor e você tem outra diferente, já encontramos o primeiro ponto de solidificação dessa substância abstrata. Nesse caso, a pergunta certa seria: quantos tipos diferentes de pontos de vista sobre o amor existem?

Bom, vou colocar aqui os oito principais que encontrei e que me lembro, mas com certeza existem outros. Bom, vejamos:

1) Personagens de Conto de Fadas
É muito cruél, mas existem pessoas que crêem em contos de fadas. Seja porque viveram tempo demais na infância ou porque conhecem casos reais de contos de fadas e acreditam que a felicidade delas está emplacada naquela história. Eu já fui desse tipo, e sei muito bem como funciona. Já fui do tipo de pensar que guardar o primeiro beijo para alguém especial fosse o mérito de encontrar princesas e, transformar-se de um sapo herói em um príncipe condecorado. Mas, viver no conto de fadas é tão triste e doloroso quanto descobrir quem é o papai noel.

2) Piratas de Rios ou Oceanos
As pessoas piratas são aquelas que viver navegando em um oceano de sentimentos, procurando pela terra firme a todo custo. E aí, quando elas encontram uma pessoa e acreditam que aquela pessoa é a terra firma, então ali depositam seu amor. E amam. Mas esquecem que são piratas, e que tudo o que realmente sentiam era apenas a paixão, ou seja, apenas o êxtase de uma conquista; Depois que conquistaram, sentem a paixão diminuir, e aí voltam para o alto-mar. Piratas vivem em si, viciados em paixão, e talvez algum dia encontrem uma terra tão grande e misteriosa que resolvam fincar raízes, mas esqueça as garantias e seguranças de um amor de pirata.

3) Mestres ou Jogadores do Destino
Esse tipo de pessoa, segue a seguinte filosofia de vida: "Amo a liberdade, por isso deixo as coisas que amo livres. Se elas voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem é porque nunca as possuí." Não sei ao certo o autor dessa frase, mas sei que ela parece muito bonita e agradável de ser dita quando você encara a "liberdade" como destino, deixando que tudo flua naturalmente. Não se importa em mover-se para ajudar o destino, por acredita que o mesmo é fruto apenas dos próprios méritos. 

4) Crianças Inocentes
Muitas pessoas adultas mantem o comportamento de crianças quando estão amando. Não estou dizendo fazer aquelas imitações e vozes retardatórias. Estou dizendo no comportamento carregado de ingenuidade e desconhecimento de tudo. Graças a isso, cada um consegue encontrar um caminho muito pleno de toda a felicidade, porque não sabem bem ao certo o que estão fazendo; apenas vivem o momento, como que brincando com o jogo novo que ganharam. Essas pessoas são aquelas que fazem de tudo em nome do amor, e como crianças, mimam e são mimadas o tempo inteiro. Nada errado aqui, excesso pelo simples adentro do perigo: Deixe que um dia um dos dois pare o mimo e sabe o que acontece? Pois é, exatamente o que crianças fazem nessa situação: "belém, belém, nunca mais fico de bem". E corta aqui.

5) Atores num Teatro de Máscaras
Eu iria dizer que existem pessoas que atuam o tempo todo, parecendo nunca serem elas mesmas, nem mesmo quando são elas mesmas. Não estou dizendo que elas são mentirosas ou que fingem coisas o tempo todo, porque elas apenas interpretam um papel que lhes é dado, e quando esse papel é de romance, elas nunca sabem como interpretrar ao certo. Por isso, para facilitar as coisas, vivem em um backstage do teatro, e ali pegam uma máscara e vão para o palco munidas de sentimentos. Ficam com medo de errarem na atuação, porque não há ensaio algum antes, e não querem se pertimir errar. Daí ficam com medo de improvisar, de dizer o que acham que é a fala certa para o momento, de realmente atuar.

Principal filosofia que esse tipo de pessoa segue: "Dói amar alguém e não ser amado em retorno, mas o que é mais doloroso é amar alguém e nunca encontrar a coragem para deixar esta pessoa saber como você se sente."

6) Metódicos, Frios e Calculistas
Tenho medo desse tipo de gente. Até porque, sou um deles. Essas pessoas que são metódicas carregam uma caderneta no bolso, e sempre que um sentimento surge dizendo: "olá, eu sou o Goku Amor", elas anotam isso na caderneta e vão para a faculdade pessoal, onde lá elas mesmas estão na posição de aluno e professor. Criam cálculos do porque a relação dará certo, fazem algumas somas e olham para a caderneta pensando: "hmm, então aqui é o valor de x, mas e o resultado dessa raiz quadrada, será que está certa?". Então, só nesses casos, elas consultam a quem amam perguntando se um número da equação está certo ou não. Se estiver certo, tudo bem, voltam para a faculdade e entregam o trabalho para o professor. Se estiver errado, refazem os cálculos. As vezes, refazem várias e várias vezes porque teimam que a resposta é outra. O problema todo aqui é simples, não é? Elas estão de fato em uma relação, mas sozinhas, porque todo o padrão de racionalização parte dela para ela mesma. Não preciso nem explicar o porque se tornam pessoas frias, não é?

7) Impulsivos, Compulsivos e Outros-ivos.
Dificilmente uma pessoa que tem um problemivo, tem só um. Por isso, são vários "ivos" numa única personalidade. E como essas pessoas vivem tudo de modo tão intensivo... Elas se apaixonam e doam o mundo delas, sofrem por elas e por milhares de pessoas em nome de um amor que beira a locura. Realmente correm atrás, criam nós em cordas resistentes para prender a pessoa e passam horas trocando um minuto de pensamento por horas de ação. É o tipo de pessoa que faz coisas pelo espírito obcessivo, decisivo, ativo... Comumente é o ponto forte de quem é, desculpe a repetição da palavra, possessivo. Bom, acho que deu para entender. Mas só um cuidado para confundir um detalhe: todo mundo tem seu lado de posse, porque faz parte do instinto humano: no entanto, toda posse que ultrapassa um limite transforma um humano nesse tipo de humano.

Principal filosofia que esse tipo de pessoa segue: "Você se importa? Demonstre. Ainda não aprendi a ler pensamentos."

8) Primatas pela naturalidade
A lei da natureza está presente em muitas coisas que fazemos, mas em algumas, isso se torna o fator principal de um relacionamento. Então, posso dizer que existem pessoas que fazer aquilo que a natureza pede, seguindo apenas um instinto primitivo que está presente em todos os animais: um macho-alfa procura pela fêmea que poderá continua a espécie, gerando descendentes saudáveis e assim cuidar deles. A fêmea, em uma réplica do que acontece em seu ovário, age exatamente assim fora dele: vai deixar milhares de amores surgirem, e somente aqueles que forem fortes e não morrerem, serão considerados. Por um instante, isso parece bem comum para muitas pessoas, mas o que diferente esse tipo de gente é o consenso biológico apurado: Elas não perdem tempo refletindo todas as camadas do amor, tão pouco ficam em dúvidas quando tem escolhas de se aproximarem de alguém, simplesmente porque o instinto é simples, objetivo e direto. Elas simplesmente vão, olham o que acontece ao redor delas e avaliam as escolhas. Daí escolhem e pronto, fim do assunto. Seja uma paixão rápida ou um amor duradouro, só a natureza vai decidir.


Transcrição de Realidades

Ok, já propus os 8 principais tipos de relacionamentos que creio dividir bem os tipos de pensamentos em que esse assunto se agrupa. Talvez existam outros, mas minhas pesquisas e conhecimentos limitados não conseguiram ir muito além, por isso, novamente peço ajuda para quem puder esplanar outras idéias aqui nos comentários.

Indepente disso, não vou fechar esse post sem tentar concluir o que me propus ao início, que era tentar definir o porque o amor é sempre tão contraditório assim. O primeiro passo, como já propus, é que ele se apresenta de formas diferentes baseados nas crenças das pessoas. O segundo passo, é que muitas vezes as suas crenças são diferentes das crenças alheias. E note um importante detalhe: Às vezes temos um pouco de cada tipo de crença, o que torna tudo ainda mais difícil. E nessa eloquência de ideologias, eu continuei procurando por um lado mais coeso e acompanhar... E como procurei, viu?

Até que eu encontrei um dos textos que mais me abriram a mente e me ajudaram a trazer uma nova resposta. Esse aqui vale o clique: O que difere a amizade do amor? O post desse blog é um pouco extenso, mas ajuda a trazer alguns conceitos novos para toda teoria já formada. Ajuda a refletir sobre o porque tanta gente sofre nesse assunto, porque muitos acabam ficando sozinhos quando não enxergam as oportunidades, e até mesmo o porque existe a conhecida e odiada FriendZone.

Foi desse texto que me veio a explicação mais simples para tudo, dizendo que o amor e amizade são iguais em muitos pontos, mas a principal diferença, é que no amor você quer trazer a realidade de outra pessoa para junto da sua realidade. Talvez mesclar as realidades e criar uma nova. Pessoas possessivas podem querer impor sua realidade à alguém, e se esse alguém for subimisso, parabéns: está aí uma relação que todo mundo ao redor dirá: "Nossa, como eles se dão bem", mas entre eles mesmos, o vazio de tristeza é tão grande e incompreensível que pelo menos um dos dois (não não os dois) sofrerão calados. Pessoas submissas vão querer encontrar uma realidade parecida com a delas, para que agregue, e se tiver que modificar alguma coisa, que modifique apenas o necessário. Daí a relação irá bem, exceto que se as diferenças não forem aceitas, a pessoa submissa vai sofrer, e nunca será capaz de responder o porque ela sente um vazio no peito durante certas noites de inverno.

Ou seja, tendo em mente esse conceito de que amar é uma transcrição de realidades, tente reavaliar os tipos de relacionamento que propus no início, e talvez fique mais claro o porquê de certas coisas: Será que não estamos lidando com realidades diferentes, e por isso, elas tanto assim nos iludem e desiludem com grande força?

Conclusão

Talvez você não consiga ainda compreender muitas coisas, e por isso, também vale a pena considerar a explicação científica de como o amor funciona nos níveis biológicos além de nosso controle. Existem até certos experimentos científicos dizendo que nosso cérebro, independente de sua orientação sexual, pode apresentar mais traços femininos ou negativos, mesmo contrariando a verdade biológica de seu corpo. Tem até um teste, lá da revista época para responder essa pergunta: Qual é o sexo de seu cérebro?

Acho que já me extendi demais aqui, e juro que não era esse meu objetivo. Mas, antes de fechar o assunto, vou colocar aqui só mais duas leituras muito recomendadas para dar uma outra ignição à todas essas dúvidas e certezas incertas do amor: Uma é sobre o Namoro prematuro e relações pré-matrimoniais, que acontece principalmente quando o amor alavanca entre um casal que não entende muito bem o que estão sentindo e vão se deixando levar pelo momento. É muito bom para refletir, como o autor propõe, a principal causa de tantos relacionamentos duradouros quebrar e principalmente o porque o conceito sobre "achei o amor da minha vida" é completamente errôneo e perigoso.

A outra leitura é bem curta, e na verdade apenas reforça a pergunta que já fiz aqui no meio desse post a ponte ou barreira entre amor e amizade. O post apenas coloca a dúvida em pauta, e ali nos comentários é que a história se desenrola, porque dá para ver várias opiniões sobre o assunto, que complementam, contradizem e podem ajudar a reforçar ou piorar aquilo que você já acreditava saber sobre o assunto.

Por enquanto, não tenho mais nada a declarar. Só que sinto dizer, mas Camões sempre esteve certo desde o início: "(...) Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor?"


Se alguém souber o autor dessas frases, que ocasionamente esbarro com elas pelo twitter ou facebook, por favor me avise. Já encontrei tantas fontes, que nem faço idéia quem é o autor original para assim creditá-las corretamente.

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